Gênero Textual Autobiografia para surd@s: glossário temático em Libras
sábado, 5 de novembro de 2016
O que tod@ professor@ precisa saber
O que é deficiência auditiva?*
De acordo com a Lei n. 5.296/04, trata-se da perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, comprovada por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
Pode ainda ser caracterizada por: perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: a) de 25 a 40 decibéis (db) – surdez leve; b) de 41 a 55 db – surdez moderada; c) de 56 a 70 db – surdez acentuada; d) de 71 a 90 db – surdez severa; e) acima de 91 db – surdez profunda.
*Mais informações, acessar: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/clp/banideias.htm/6-direitos-sociais/i-saude/criterios-para-definicao-da-deficiencia-auditiva>
Alfabeto Manual
Em 1620, foi criado o primeiro tratado de ensino de surdos-mudos, de autoria do padre espanhol Juan Pablo Bonet (1579-1633). Filólogo e soldado a serviço do rei, Bonet idealizou o tratado, denominado na França de Redação das Letras e Artes de Ensinar os Mudos a Falar, que iniciava com a escrita sistematizada pelo alfabeto. Foi quem idealizou e desenhou o alfabeto manual.
Abaixo, o alfabeto manual brasileiro, o qual, sugerimos, deve estar afixado em salas de aula que contam com a presença de alunos com surdez. Os próprios alunos podem ser convidados a confeccioná-lo:
E logo abaixo, um vídeo que fiz falando sobre o alfabeto em Libras e ensinando a realizá-lo:
Você já ouviu falar muito em oralismo. Mas sabe do que se trata?*
A educação oral condena o uso da língua de sinais ou gestos. Trata-se da tentativa de fazer o surdo a aprender a falar com técnicas que requerem do surdo esforço enorme e uma terapia que exige tanto da pessoa que não sobre mais tempo algum para que esta criança ou adolescente se dedique a outras coisas tão comuns à idade. Vejamos o que diz um site** de fonoaudiologia sobre essa terapia ainda usada por profissionais que ainda enxergam a surdez como patologia e que exige:
“• Envolvimento e dedicação das pessoas que convivem com a criança no trabalho de reabilitação todas as horas do dia e todos os dias do ano.
• Início da reabilitação o mais precocemente possível, ou seja, deve começar quando a criança nasce ou quando se descobre a deficiência.
• Não oferecer qualquer meio de comunicação que não seja a modalidade oral.
• A educação oral começa no lar e, portanto, requer a participação ativa da família, especialmente da mãe.
• A educação oral requer participação de profissionais especializados como fonoaudiólogos e pedagogos especializados para atender sistematicamente o aluno e sua família.
• A educação oral requer equipamentos especializados, como o aparelho de amplificação sonora individual.
Lacerda (1976) relata que tanto no contexto educacional como nos espaços terapêuticos, vários insucessos foram enfrentados pelos surdos que foram submetidos ao Oralismo puro.”
Der acordo com esse site, a fonoaudiologia há muito vem buscando acompanhar tendências educacionais e as necessidades do paciente, contemplando o uso dos sinais e gestos, enxergando, desta forma, a surdez nãocomo uma doença, mas como uma diferença.
** <https://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31756/oralismo-o-que-e>
De acordo com a Lei n. 5.296/04, trata-se da perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, comprovada por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
Pode ainda ser caracterizada por: perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: a) de 25 a 40 decibéis (db) – surdez leve; b) de 41 a 55 db – surdez moderada; c) de 56 a 70 db – surdez acentuada; d) de 71 a 90 db – surdez severa; e) acima de 91 db – surdez profunda.
*Mais informações, acessar: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/clp/banideias.htm/6-direitos-sociais/i-saude/criterios-para-definicao-da-deficiencia-auditiva>
Alfabeto Manual
Em 1620, foi criado o primeiro tratado de ensino de surdos-mudos, de autoria do padre espanhol Juan Pablo Bonet (1579-1633). Filólogo e soldado a serviço do rei, Bonet idealizou o tratado, denominado na França de Redação das Letras e Artes de Ensinar os Mudos a Falar, que iniciava com a escrita sistematizada pelo alfabeto. Foi quem idealizou e desenhou o alfabeto manual.
Abaixo, o alfabeto manual brasileiro, o qual, sugerimos, deve estar afixado em salas de aula que contam com a presença de alunos com surdez. Os próprios alunos podem ser convidados a confeccioná-lo:

E logo abaixo, um vídeo que fiz falando sobre o alfabeto em Libras e ensinando a realizá-lo:
Você já ouviu falar muito em oralismo. Mas sabe do que se trata?*
A educação oral condena o uso da língua de sinais ou gestos. Trata-se da tentativa de fazer o surdo a aprender a falar com técnicas que requerem do surdo esforço enorme e uma terapia que exige tanto da pessoa que não sobre mais tempo algum para que esta criança ou adolescente se dedique a outras coisas tão comuns à idade. Vejamos o que diz um site** de fonoaudiologia sobre essa terapia ainda usada por profissionais que ainda enxergam a surdez como patologia e que exige:
“• Envolvimento e dedicação das pessoas que convivem com a criança no trabalho de reabilitação todas as horas do dia e todos os dias do ano.
• Início da reabilitação o mais precocemente possível, ou seja, deve começar quando a criança nasce ou quando se descobre a deficiência.
• Não oferecer qualquer meio de comunicação que não seja a modalidade oral.
• A educação oral começa no lar e, portanto, requer a participação ativa da família, especialmente da mãe.
• A educação oral requer participação de profissionais especializados como fonoaudiólogos e pedagogos especializados para atender sistematicamente o aluno e sua família.
• A educação oral requer equipamentos especializados, como o aparelho de amplificação sonora individual.
Lacerda (1976) relata que tanto no contexto educacional como nos espaços terapêuticos, vários insucessos foram enfrentados pelos surdos que foram submetidos ao Oralismo puro.”
Der acordo com esse site, a fonoaudiologia há muito vem buscando acompanhar tendências educacionais e as necessidades do paciente, contemplando o uso dos sinais e gestos, enxergando, desta forma, a surdez nãocomo uma doença, mas como uma diferença.
** <https://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31756/oralismo-o-que-e>
Comunicação Total x Bilinguismo
Estudos mostram que o oralismo e a supressão da língua de sinais resultaram em uma deterioração marcante do aproveitamento educacional das crianças surdas. A instrução dos surdos em geral acabou sendo prejudicada, é claro, já que os alunos surdos, com essa lógica da reabilitação, passaram a ter como professores somente pessoas ouvintes e deixaram de ter o direito de usar os sinais.
Além disso, o tempo gasto ensinando às crianças surdas a falar, que era entre cinco a oito anos intensivos e de forma individual, tirava desse sujeito a oportunidade de desenvolver habilidades complexas, conhecer culturas e outros temas, enfim, participar efetivamente do mundo escolar, como vimos no post anterior.
A partir de 1970, o oralismo puro passou a dar lugar a uma nova filosofia educacional, a Comunicação Total, que passou a ser utilizada para o ensino de surdos, e permitia o uso de todos os meios que pudessem facilitar a comunicação, a língua oral, a fala sinalizada e uma série de sistemais artificiais, além dos sinais. Com a Comunicação Total, começou a surgir uma série de sistemas de sinais que visava tornar a língua falada mais discernível ao surdo, auxiliando, assim, na compreensão desta língua com o intuito de melhorar o desempenho na leitura e na escrita desse sujeito. Embora a Comunicação do Total tenha resultado numa melhora entre a comunicação de pessoas surdas e ouvintes, o que se percebeu é que as habilidades de leitura e escrita não apresentavam o desenvolvimento esperado.
A questão, professor e professora, é que a Língua de Sinais ainda não era o ponto de partida desse aprendizado, o que vimos, com as nossas leituras, que o resultado é um ensino que não traz resultados satisfatórios para o sujeito surdo, uma vez que, aprender em uma segunda língua depende, e muito, do domínio que essa pessoa tem de sua língua natural. Essa possibilidade de ensino e aprendizagem nós vislumbramos com o Bilinguismo, ainda muito difícil de ser posto em prática nas nossas classes inclusiva, mas que pode nos ensinar a melhor pensar esta educação que respeita diferenças.
Compreendendo o bilinguismo
A proposta de uma educação bilíngue propõe que a instrução e uso da língua de sinais, bem como da língua oficial do país onde o sujeito está inserido, sejam realizados separadamente, a fim de que deformações por conta de seu uso simultâneo sejam assim evitadas. Sobre essa questão, Ronice Quadros, uma das autoras que embasou meus estudos para a produção da dissertação, esclarece nesse vídeo o que é e a importância do bilinguismo. O vídeo é em Libras, e traz legendas em português. Para assistir, clique no link vídeo ou link.
Sabemos como é difícil, enquanto professores que somos, pensarmos nossas aulas nessa perspectiva nas nossas escolas, mas não é impossível. Dá pra gente pensar atividades adaptadas nas nossas classes inclusivas e contarmos com o apoio da professora das Salas de Recursos Multifuncionais. Mas ela também precisa de nosso apoio, o diálogo é fundamental. Portanto, vamos achar um tempinho nessa agenda louca da gente que, muitas vezes precisas se dividir entre duas ou três escolas, e vamos sentar com esta professora do Atendimento Educacional Especializado e com ela dividir conteúdos que estão sendo trabalhados, selecionar os que dão conta das competências que queremos desenvolver naquele período e colaborar também com atividades. No próximo post, inclusive, elencamos algumas atividades que selecionamos e ou adaptamos para trabalhar alguns conteúdos de Língua Portuguesa com ouvintes e surdos. Vamos dar uma espiadinha?
Sondagem da Língua Portuguesa na modalidade escrita
Para a realização de um trabalho voltado para a escrita junto a alunos surdos em uma classe regular, é importante que façamos sondagens constantes, de acordo com o conteúdo que nos propomos a trabalhar. Márcia Honora* nos apresenta algumas sugestões de sondagem que podem ser aplicadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental I. Segundo a autora, é importante que essas sondagens sejam feitas a cada dois ou três meses, a fim de que possamos acompanhar o desenvolvimento e a evolução dos alunos. Abaixo, três modelos indicados pela autora:
Para alunos em séries mais avançadas, podemos adaptar os temas, imagens, textos e perguntas, a partir da idade e objetivos a serem alcançados. Espero que seja útil. Até o próximo post, com mais dicas para você adaptar a sua sala à realidade da inclusão.
Para alunos em séries mais avançadas, podemos adaptar os temas, imagens, textos e perguntas, a partir da idade e objetivos a serem alcançados. Espero que seja útil. Até o próximo post, com mais dicas para você adaptar a sua sala à realidade da inclusão.
Modelos de atividades sobre ALFABETO em Libras e em Língua Portuguesa
A autora do livro "Inclusão educacional de alunos com surdez: concepção e alfabetização" (editora Cortez) nos apresenta uma série de modelos de atividades para podermos trabalhar com crianças em período de alfabetização. O interessante é que as atividades primam por exercícios que contemplam as duas línguas, Libras e Língua Portuguesa. São modelos que podem ser recortados e colados em papel mais resistente, como cartolina ou papel cartão. Antes dos modelos, lembramos que é interessante que o Alfabeto Manual, abaixo, esteja fixado em tamanho grande em lugar bem visível na sala.
Abaixo, os modelos de atividades extraídos do livro citado de Márcia Honora, a quem a gente, sem conhecer pessoalmente, parabenizamos pelo trabalho e agradecemos por compartilhar conosco tais dicas.
Atividade 1:
Atividade 2:
Atividade 8:
Atividade 9:
Atividade 10:
Atividade 11:
Atividade 12: Agora, faça o mesmo exercício anterior usando a Libras.
Atividade 13:
Atividade 14:
Atividade 15:
Conforme Honora, essas atividades devem ser repetidas quantas vezes necessário for, a fim de que o trabalho de memorização realmente tenha êxito.
No próximo post, você conhecerá um pouco das semelhanças e diferenças entre a Libras e Língua Portuguesa. A partir das reflexões que fizemos na nossa dissertação, você conhecerá um pouco de como tornar nossas aulas de Língua Portuguesa, em classes inclusivas com presença de surdos, mais significativas. Até lá!
A autora do livro "Inclusão educacional de alunos com surdez: concepção e alfabetização" (editora Cortez) nos apresenta uma série de modelos de atividades para podermos trabalhar com crianças em período de alfabetização. O interessante é que as atividades primam por exercícios que contemplam as duas línguas, Libras e Língua Portuguesa. São modelos que podem ser recortados e colados em papel mais resistente, como cartolina ou papel cartão. Antes dos modelos, lembramos que é interessante que o Alfabeto Manual, abaixo, esteja fixado em tamanho grande em lugar bem visível na sala.

Abaixo, os modelos de atividades extraídos do livro citado de Márcia Honora, a quem a gente, sem conhecer pessoalmente, parabenizamos pelo trabalho e agradecemos por compartilhar conosco tais dicas.
Atividade 1:
Atividade 2:
Atividade 8:
Atividade 9:
Atividade 10:
Atividade 11:
Atividade 12: Agora, faça o mesmo exercício anterior usando a Libras.
Atividade 13:
Atividade 14:
Atividade 15:
Conforme Honora, essas atividades devem ser repetidas quantas vezes necessário for, a fim de que o trabalho de memorização realmente tenha êxito.
No próximo post, você conhecerá um pouco das semelhanças e diferenças entre a Libras e Língua Portuguesa. A partir das reflexões que fizemos na nossa dissertação, você conhecerá um pouco de como tornar nossas aulas de Língua Portuguesa, em classes inclusivas com presença de surdos, mais significativas. Até lá!
Os aspectos linguísticos da LIBRAS e da LP: semelhanças e diferenças tornando o ensino da modalidade escrita em LP mais significativo
Na
minha dissertação, reservei uma seção para refletir então sobre as diferenças e
semelhanças (?) no aspecto linguístico destas duas línguas. Com esse material
em mãos, nós professores de classes inclusivas e também de Atendimento
Educacional Especializado, mesmo sem conhecimento profundo da Libras e de sua
gramática, poderemos pensar em aulas que realmente contemplem a surdos e
ouvintes no mesmo espaço e tempo. Vejamos então o que dizem Quadros e
Karnopp (2004)** que embasaram a minha discussão sobre o assunto:
1.
O primeiro aspecto a ser considerado é que a escrita dos surdos não segue as mesmas
construções da escrita dos ouvintes, os quais utilizam como apoio a linguagem
oral. Já os surdos fazem uso da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais - no
caso dos surdos brasileiros, uma língua visuogestual ou
visuoespacial que, como qualquer outra língua, possui a sua complexidade,
com semântica, sintaxe, morfofologia e estrutura e gramática próprias. No vídeo 1, veremos como surgiu a Libras e perceberemos, dentre outras coisas, que a Libras possui a sua própria gramática.(caso você não consiga abrir o vídeo, clique no link)
2. Assim como a Língua Portuguesa, a Libras é uma língua natural, como nos mostra o vídeo 2, o qual, assim como o Vídeo 1, nos conta um pouquinho da história da Libras no Brasil, bem como nos explica como se dá o ensino voltado a esse público a partir do bilinguismo.
3. Toda língua de sinal é capaz de
expressar conceitos abstratos, podendo-se com ela discutir sobre qualquer tema,
a exemplo de política, economia, matemática, física, psicologia, respeitando,
como salientam, as diferenças culturais que vão determinar o modo como as
línguas expressam qualquer conceito. Portanto, em classes inclusivas,
acreditamos que o trabalho com a escrita deva aproveitar essa característica
linguística da LIBRAS, a qual se aproxima da LP***, a fim de que, por meio da
sinalização (surdos) e a oralidade (ouvintes), debates sejam fomentados acerca
dos diversos assuntos que possam vir a se transformar em subsídio para futuras
produções escritas, por exemplo. No vídeo 3, um exemplo de como, em Libras, podemos discutir sobre QUALQUER tema. Aqui, uma interpretação histórica, em Libras, da canção Carcará. Vejam:
4. Os sinais podem ser motivados
(sinais icônicos e dêiticos), intermediários e ou arbitrários, e que a
“iconicidade reproduz a forma, o movimento e/ou a relação espacial do
referente, tornando o sinal transparente e permitindo que a compreensão do
significado seja mais facilmente apreendida”.
Porém, esta é apenas uma das características da língua de sinais,
havendo também a arbitrariedade, assim como nas línguas orais, uma vez que
alguns sinais não representam associações nem mesmo semelhanças visuais com o
referente.
5. Assim como toda língua oral, as línguas de
sinais não são as mesmas em países diferentes e em regiões diversas também. As
mesmas razões que explicam a diversidade das línguas faladas também se aplicam
à diversidade das línguas de sinais, ou seja, cada país apresenta sua
respectiva língua de sinais, levando em conta as singularidades que nascem de fatores geográficos e culturais,
exatamente como acontece com as demais línguas. Nessas situações, vale levar
para a sala exemplos de expressões em Língua Portuguesa que se diferenciam de
uma região para outra, bem como de sinais da LIBRAS que também apresentam esta
característica comum a toda língua. Sobre essa questão, rever o vídeo 1.
6. As línguas de sinais são de
modalidade visuogestual e apresentam uma riqueza de expressividade diferente
das línguas orais, apesar de não apresentarem elementos de ligação, como as
preposições e conjunções. Abaixo, os vídeos 4 e 5 trazem a professora surda, Amanda Marques Fidelis, dando uma aula sobre artigo e preposição para surdos, mas, como percebemos, com esta aula, qualquer ouvinte compreenderá o assunto. Vejamos, então:
Nesse vídeo 5, exemplos de várias preposições e seus sinais:
7. Sobre o trabalho com frases, com os
ouvintes, comparar a entonação de voz em leituras e conversas, com as expressões
faciais de quem sinaliza, ou com o ritmo do movimento das mãos e o próprio
olhar do surdo, nessas mesmas ocasiões, por exemplo, pode resultar numa
garantia de aprendizado para o aluno com surdez, sem, no entanto, descartar o
conteúdo programado para uma classe que também conta com a presença de ouvintes
quando se pretende ensinar tipos de frases, por exemplo. Abaixo, novídeo 6, exemplos de frases afirmativas, negativas, interrogativas e exclamativas em Libras:
8. Unidades mínimas: na língua oral, o
fonema; nas línguas de sinais: a Configuração de Mão (CM), a Locação da Mão (L)
ou Ponto de Articulação (PA) e o Movimento da Mão (M).
Atenção, sobre configuração de mãos, rever vídeo 2 e, sobre a figura acima,
vamos entender: temos a CM em B (ver Alfabeto Manual), o M é de cima para baixo
e a L ou PA é entre a altura do tórax e o nariz. Apresentamos tal explicação
para mostrar que nós, professor@s, mesmo não dominando a língua de sinais, como
é o caso da maioria dos profissionais que estão em classes inclusivas, podemos
utilizar tal informação em aulas que não dispensam a presença dos ouvintes. A
ideia é que, compreendendo tais parâmetros, possamos:
a) não mais cobrar dos alunos surdos
que compreendam a diferença entre letras e fonemas a partir do ouvinte.
b)como esse trabalho intenta
trazer formas significativas de ensinar a escrita a surdos e ouvintes em um
mesmo espaço e tempo, aproveitar para, de forma paralela, explicar que, assim
como um mesmo fonema, a depender de suas combinações, forma sons diferentes, assim
também ocorre com os sinais, como no exemplo abaixo:
Mudança
de PA, mesmo permanecendo as mesmas CM e M, formam sinais diferentes.
9. Na
LIBRAS ou em qualquer outra língua de sinais, assim como acontece com as
palavras nas línguas orais, os sinais também pertencem a categorias lexicais ou
a classes de palavras, a exemplo de nomes, adjetivos, verbos e advérbios.
10. A LIBRAS não utiliza os artigos e
também as preposições.
11. É comum o surdo não marcar o gênero das
palavras, salvo tal informação seja indispensável para a compreensão da
mensagem. E como sabemos se estão a se referir a um homem ou mulher? O contexto
da situação. Alguns exemplos estão no vídeo abaixo:
12. Sobre os verbos, a sua flexão de
tempo será sempre indicada por sinais temporais que irão indicar o presente, o
passado e o futuro, como explicam Miranda e Campos****: “Por exemplo, o verbo
ESTUDARÁ é indicada pelos sinais ESTUDAR FUTURO/ FUTURO ESTUDAR ou ESTUDAR
AMANHÃ / AMANHÃ ESTUDAR.” (MIRANDA; CAMPOS, 2013, p. 485)
São tantas outras diferenças que
poderíamos destacar aqui. Mas, preferimos atentar para estas para
mostrarmos que, mesmo sem dominar a Libras, nós professores podemos elaborar
aulas pensando nesta como ponto de partida para chegarmos na Língua Portuguesa.
Assim, todos, ouvintes e surdos, com certeza, saem ganhando!
* Sobre a Lei 10.436 (em Língua Portuguesa)
*Sobre a Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como Língua legal da comunidade surda nacional em Libras
**QUADROS, Ronice Müller de.; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de sinais brasileira: estudos
linguísticos. Porto Alegre : Artmed, 2004.
*** Língua Portuguesa
**** MIRANDA, Vanessa Mutti de Carvalho.; CAMPOS, Lucas Santos.
Libras e Língua Portuguesa: encontros funcionais. In: Fólio - Revista de Letras, Vitória da Conquista, v. 5, n. 1, p.
475-487, jan./jun.2013. Disponível em: <http://periodicos.uesb.br/index.php/folio/article/viewFile/1879/2446>. Acesso em 4 ago. 2016.
Nesse vídeo 5, exemplos de várias preposições e seus sinais:
a) não mais cobrar dos alunos surdos que compreendam a diferença entre letras e fonemas a partir do ouvinte.
b)como esse trabalho intenta
trazer formas significativas de ensinar a escrita a surdos e ouvintes em um
mesmo espaço e tempo, aproveitar para, de forma paralela, explicar que, assim
como um mesmo fonema, a depender de suas combinações, forma sons diferentes, assim
também ocorre com os sinais, como no exemplo abaixo:
9. Na LIBRAS ou em qualquer outra língua de sinais, assim como acontece com as palavras nas línguas orais, os sinais também pertencem a categorias lexicais ou a classes de palavras, a exemplo de nomes, adjetivos, verbos e advérbios.
* Sobre a Lei 10.436 (em Língua Portuguesa)
*Sobre a Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como Língua legal da comunidade surda nacional em Libras
**QUADROS, Ronice Müller de.; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre : Artmed, 2004.
*** Língua Portuguesa
**** MIRANDA, Vanessa Mutti de Carvalho.; CAMPOS, Lucas Santos. Libras e Língua Portuguesa: encontros funcionais. In: Fólio - Revista de Letras, Vitória da Conquista, v. 5, n. 1, p. 475-487, jan./jun.2013. Disponível em: <http://periodicos.uesb.br/index.php/folio/article/viewFile/1879/2446>. Acesso em 4 ago. 2016.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Modelos de atividades: estrutura do sintagma nominal em português e em Libras
Quando fui pesquisar acerca de como trabalhar a gramática de Língua Portuguesa com alunos surdos, me deparei com um material que pode, tranquilamente, ser utilizado com alunos surdos também. Para esse post, usei modelos de atividades voltadas para exercitar a estrutura do sintagma nominal em português e em Libras elaboradas Salles et al (2004)* e foram extraídos de forma a servir como modelo, ou seja, você pode usar os mesmos exercícios com textos diferentes, textos de interesse do seu público, conforme idade e desenvolvimento como um todo.
Porém, antes das atividades, você pode dar uma olhadinha nesse vídeo 1, em que Ronice Quadros, professora da Universidade Federal de Santa Catarina, uma das principais autoras que embasou a minha dissertação, nos dá uma aula em Língua Portuguesa acerca de alguns pontos já mencionados em posts anteriores, mas que muito nos ajudarão a compreender, ainda mais, como se dá a estrutura gramatical em Libras. Nesse vídeo, ela, de forma bem didática, nos explica como se dão a formação de palavras em Libras, a marcação do plural e da adjetivação,e a concordância de verbos. O vídeo não é sinalizado. É para nós, professora e professoras, que estamos em busca dessa formação, a fim de melhor pensarmos nossas aulas de Língua Portuguesa em classes inclusivas.
Agora, depois dessa aula, é hora de voltarmos nossa atenção para essa parte da gramática que trata dos sintagmas nominais e aproveitarmos esses modelos sugeridos por Salles et al (2004). A referência do livro onde você pode encontrar esse material está no final de desse post.
Atividades sobre estrutura do Sintagma Nominal em Português.
Leia o texto abaixo (todo diálogo deve ser dramatizado em Libras):
Abaixo, Salles et al (2004) nos ajudam a compreender os enunciados acima:
Na foto abaixo, temos a explicação de casos em que os artigos são usados como definidos e indefinidos. E, em seguida, um exercício para trabalhar esse conteúdo:
Com o modelo de atividade abaixo, que deve, creio, ser adequado à realidade das nossas salas de aula, além de trabalharmos situações do nosso dia a dia, em que tais placas podem estar expostas, podemos aproveitar para trabalharmos vocabulário e simular situações em que os alunos precisam se comportar de acordo com as regras de determinados lugares, como bibliotecas, hospitais, trânsito etc. Além da formação de sintagmas nominais como propõe o post. Lembrando que essas ideias não são sugeridas por Salles et al, mas tenho certeza de que pode dar muito certo na sua sala. Veja a atividade proposta por Salles et al:
Aproveitando o tema do diálogo dramatizado sobre uso do cigarro, Salles et al (2004) nos trazem outro texto que aborda as consequências do seu uso para nosso organismo. Sobre a leitura desse texto em si, eu, enquanto professora, faria a sua leitura contando não apenas com a intérprete de Libras, mas, usaria slides com imagens que pudessem ilustrar cada situação apresentada, facilitando entendimento de surdos e ouvintes.
Para se trabalhar esse texto, são propostas atividades que tratam do sentido genérico e específico de palavras e ou expressões. Isso ajudará na compreensão da formação de sintagmas com o uso de locuções adjetivas, por exemplo, o que será explicado entre um exercício e outro por Salles et al. Seguem os modelos:
Tenham um bom proveito e não deixem de dividir conosco atividades que vocês costumam usar e que dá super certo.
*SALLES, Heloísa Maria Moreira Lima [et at]. Ensino de Língua Portuguesa para surdos: caminhos para a prática
pedagógica. Brasília\; MEC, SEESP, 2004
Quando fui pesquisar acerca de como trabalhar a gramática de Língua Portuguesa com alunos surdos, me deparei com um material que pode, tranquilamente, ser utilizado com alunos surdos também. Para esse post, usei modelos de atividades voltadas para exercitar a estrutura do sintagma nominal em português e em Libras elaboradas Salles et al (2004)* e foram extraídos de forma a servir como modelo, ou seja, você pode usar os mesmos exercícios com textos diferentes, textos de interesse do seu público, conforme idade e desenvolvimento como um todo.
Porém, antes das atividades, você pode dar uma olhadinha nesse vídeo 1, em que Ronice Quadros, professora da Universidade Federal de Santa Catarina, uma das principais autoras que embasou a minha dissertação, nos dá uma aula em Língua Portuguesa acerca de alguns pontos já mencionados em posts anteriores, mas que muito nos ajudarão a compreender, ainda mais, como se dá a estrutura gramatical em Libras. Nesse vídeo, ela, de forma bem didática, nos explica como se dão a formação de palavras em Libras, a marcação do plural e da adjetivação,e a concordância de verbos. O vídeo não é sinalizado. É para nós, professora e professoras, que estamos em busca dessa formação, a fim de melhor pensarmos nossas aulas de Língua Portuguesa em classes inclusivas.
Agora, depois dessa aula, é hora de voltarmos nossa atenção para essa parte da gramática que trata dos sintagmas nominais e aproveitarmos esses modelos sugeridos por Salles et al (2004). A referência do livro onde você pode encontrar esse material está no final de desse post.
Atividades sobre estrutura do Sintagma Nominal em Português.
Leia o texto abaixo (todo diálogo deve ser dramatizado em Libras):
Abaixo, Salles et al (2004) nos ajudam a compreender os enunciados acima:
Na foto abaixo, temos a explicação de casos em que os artigos são usados como definidos e indefinidos. E, em seguida, um exercício para trabalhar esse conteúdo:
Com o modelo de atividade abaixo, que deve, creio, ser adequado à realidade das nossas salas de aula, além de trabalharmos situações do nosso dia a dia, em que tais placas podem estar expostas, podemos aproveitar para trabalharmos vocabulário e simular situações em que os alunos precisam se comportar de acordo com as regras de determinados lugares, como bibliotecas, hospitais, trânsito etc. Além da formação de sintagmas nominais como propõe o post. Lembrando que essas ideias não são sugeridas por Salles et al, mas tenho certeza de que pode dar muito certo na sua sala. Veja a atividade proposta por Salles et al:
Aproveitando o tema do diálogo dramatizado sobre uso do cigarro, Salles et al (2004) nos trazem outro texto que aborda as consequências do seu uso para nosso organismo. Sobre a leitura desse texto em si, eu, enquanto professora, faria a sua leitura contando não apenas com a intérprete de Libras, mas, usaria slides com imagens que pudessem ilustrar cada situação apresentada, facilitando entendimento de surdos e ouvintes.
Para se trabalhar esse texto, são propostas atividades que tratam do sentido genérico e específico de palavras e ou expressões. Isso ajudará na compreensão da formação de sintagmas com o uso de locuções adjetivas, por exemplo, o que será explicado entre um exercício e outro por Salles et al. Seguem os modelos:
Tenham um bom proveito e não deixem de dividir conosco atividades que vocês costumam usar e que dá super certo.
*SALLES, Heloísa Maria Moreira Lima [et at]. Ensino de Língua Portuguesa para surdos: caminhos para a prática pedagógica. Brasília\; MEC, SEESP, 2004
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